segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

16º BPM - SEMPRE BRP (45 Anos de Criação) - texto de Flávio Augusto - CEL PM QOR



“ Alerta Batalhão de Radiopatrulha (...)”

           


            Com a promulgação da constituição de 1946, a Força Pública passou a ser denominada Polícia Militar, encarregada de exercer três atividades básicas: o policiamento militar preventivo, repressivo e educativo.

            A partir de 1955, foi criada, na Capital de Minas, a Cia de Policiamento, anexa ao 1º BPM, no Bairro Santa Efigênia. E, em 1957, o 5º BPM, situado no Bairro de Santa Tereza, passou a lançar, diariamente, nas ruas da Capital, duplas de policiais militares que foram denominadas de “Cosme e Damião”.

            Incontinenti a essa época, foi criado um grupamento motorizado, denominado Patrulha Volante. Com o decorrer dos anos, a Patrulha Volante evoluiu para “Esquadrão Motorizado”. Este foi o embrião do que seria no futuro o Batalhão de Rádio Patrulhamento - BRP, hoje denominado 16º BPM. Atendia ocorrências em Belo Horizonte, tendo como delimitação de área a parte interna da Avenida do Contorno.


            O ano de 1969 foi um período divisor para as missões de policiamento exercidas pelas Polícias Militares em todo o Brasil.
           
            Com a promulgação do Decreto 317, em 1967, que foi aperfeiçoado pelo Decreto 667, criaram-se as Inspetorias das Polícias Militares, que introduziram mudanças no desempenho das missões amparadas, ainda, pelo Decreto 1072. Esse Decreto havia extinguido todos os outros órgãos de Policiamento Ostensivo, reconhecendo apenas uma polícia fardada no Brasil, as “ Polícias Militares”.

            Percebe-se que os decretos mencionados deram caráter policial às Instituições Militares Estaduais que, a partir de então, passaram a executar o policiamento ostensivo com exclusividade.

            Cumpre aqui fazer um esclarecimento acerca das “missões policiais”. A PMMG, desde sua criação, ainda em Vila Rica, executava missões de policiamento ao escoltar o ouro que ia para o porto de Paraty, no Rio de Janeiro. E, ao longo da sua história, no interior do estado, executava policiamento nos rincões mais longínquos. Advém daí a verdadeira origem do “Policiamento Comunitário”.

            No início dos anos 70, Belo Horizonte, embora jovem, já tinha saído das limitações da Avenida do Contorno, evidenciando, de maneira tangível, o assustador crescimento populacional e físico da cidade.

            Demonstrando, na prática, sua vocação para zelar pelos interesses da sociedade, o Estado-Maior refez os planejamentos de policiamento e criou um Batalhão exclusivo, para executar o policiamento motorizado. Nascia, assim, o BRP, em 12 de dezembro de 1972, pelo Decreto 15.048, de 16 de dezembro daquele ano. Seu primeiro Comandante foi o  Cel PM Waldir Soares.

            A área de responsabilidade abrangia toda a região metropolitana de Belo Horizonte. Os oficiais e praças eram escolhidos com rigor, fazendo história e ditando doutrinas de radiopatrulhamento que serviriam, como servem até hoje, de base para as condutas operacionais da Polícia Militar.

            Onde estão aqueles valorosos patrulheiros, Cel Vivaldo Leite de Brito(Bom Baiano), Cel BM Marcelo Leite de Brito (filho), Cel Mozar, Cel Alves (Bojalo), Cel Sales (Xavante- pai e filho),   Cel Ademir,  Cel Marcilio, Cel Fernando Alcântara,  Cel Mauro Veloso, Cel Marco Aurélio, Cel Doro, Cel Jaques, Cel Bicalho, Cel Moreira, Cel Aryone, Cel Wallace (Ten Boy),Cel Garbaza, Cel Saraiva, Cel Eduardo Oliveira, Cel Jorge Dias, Cel BM Vinicius, Cel Antônio Geraldo, Cel Wilson Gomes, Cel Couto, Cel Júlio César (Raposão) Cel Zé Geraldo, Cel Benedito Timóteo, Cel Bahiense, Ten Cel Sinval, Ten Cel Marcusi, Ten Cel Ailton (Barão), Ten Cel Aurélio, Ten Cel Alves (filho do Bojalo), Ten Cel  Helley (Haley),Ten Cel Isley, Maj Waltinho, Maj Carlos (filho do Maj Waltinho),  Maj Márcio Espitali, Maj Edson Araújo, Maj Ednard, Maj Xávier, Cap Viana, Cap Adélio (Tião), Cap Landes , Cap Samuel, Cap Antoniellini, Cap Expédito, Cap Otoni,  Cap Wellington, Ten Noé, Ten Alcenir, Ten Fernandez, Ten Viriato, Ten Jadir, Ten José Secundino, Ten Santiago, Ten Fureaux, Ten Saulo de Tarso, Ten Assunção, Ten Ivan, Ten São Joaquim (Capacete),Ten Rosário, Ten Walter, Ten Waldir, Ten Geovanio ( Mestre),  Ten Fernandes, Ten Casal, Sub Ten Juracy,  Sub Ten Pintinho, Sub Ten Marcelino, Sub Ten José de Oliveira, Sub Ten Crismar, Sgt Geraldo Leôncio, Sgt Raimundo Inocente, Sgt Vicente Secundino, Sgt Furtado, Sgt Valter, Sgt Bahiense, Sgt Xexéu, Sgt Estanislau, Sgt Neto, Sgt José Carlos, Sgt Furtado, Sgt Gusmão (pai e filho)  Sgt Sena, Sgt Napoleão,  Sgt Pedrosa (pai e filho),  Sgt Minoda,  Sgt Secundino (filho do Ten Secundino), Sgt Magela, Sgt Hélio, Sgt Ramiro, Sgt Bahiense (primo do Cel Bahiense), Sgt Tarcísio, Sgt Fraga, Sgt Bolivar, Sgt Almeida (SAT), Sgt Ailton (de Deus e o Garrafão), Sgt Márcio,  Sgt Betão, Sgt Wesley e William (irmãos), Cb Air Barbosa, Cb Cabana, Cb  José Carlos (Pateta), Cb Tião Soldado, Cb José Maria Papo Furado, família Brito (Zé Cueca),família Barone, dentre outros, de tantos milicianos memoráveis e respeitados,  que serviram tanto no BRP, quanto no 16 BPM?

            Vale ressaltar, ainda, a relevância da atuação de alguns dos memoráveis milicianos que tombaram no cumprimento do dever.


            Há que se pedir vênia, não só aos militares, mas aos familiares deles, por não constarem daqui os nomes de outros bravos e respeitados milicianos que serviram na unidade aniversariante. O motivo foi por desconhecimento deste narrador, ou por não terem vindo à memória os ilustres nomes, quando lavrado este histórico. Contudo, fique declarados, na oportunidade, todo o respeito e apreço que lhes são devidos.

            No que tange aos servidores do BRP e 16º BPM, toda deferência, respeito, atenção e admiração é pouco, pelo muito que fizeram pela nossa segurança. Muito contribuíram eles para que a PMMG - antes respeitada pelos laços com o herói Tiradentes e a participação nas revoluções de 1930, 1932 e 1964 - fosse respeitada pela eficiência e eficácia no policiamento motorizado.

            Na década de 80, com a rearticulação das áreas de atuação operacional, extinguiu-se o BRP, criando-se o 16º BPM. Ficou este Batalhão responsável por todo o policiamento da zona leste de Belo Horizonte. Ainda nesta década foram criados o Batalhão de Choque, em 1980, e as Cias Rotam, em 1981. As Cias ROTAM passaram a executar o policiamento motorizado, recobrindo a malha protetora da RMBH, com maioria das praças que haviam servido no BRP. São, portanto, as Cias ROTAM filhas da Unidade aniversariante.

            A história e as ações empreendidas pelos bravos milicianos que integraram o BRP e o 16º BPM passaram de pai para filho e, hoje, para os netos. Isso porque muitos dos integrantes que serviram e servem no 16º BPM, cresceram ouvindo a história dos abnegados milicianos que insculpiram um capítulo importante na história da PMMG.   Eles são exemplos robustos e denotados para todas as gerações. Como disse o General Romano Túlios Maximus: “o que fazemos na vida ecoa pela eternidade”.

            Quando um velho patrulheiro do BRP ou 16º BPM adentrar a Unidade, o mínimo que se pode fazer para homenageá-lo é estender-lhe um tapete vermelho. O valor desses servidores é um componente incomparável para a grandeza profissional da manutenção da ordem pública.

            Nas comemorações dos quarenta e cinco anos do 16º BPM, atualmente comandado pelo Cel Welerson, os bravos profissionais que, com ações simples de socorrer a sociedade nos momentos mais cruciais, resolveram situações deveras complexas, merecem não só os cumprimentos de todos os habitantes das Alterosas, mas um sincero e entusiástico muito obrigado!

Muito obrigado bravos patrulheiros, em serviço vocês fizeram o melhor que puderam, seus feitos estão insculpidos para sempre na história.




Flávio Augusto, Cel PM QOR
Professor de História da PMMG
Membro da Academia Medalhística Militar – Cadeira 06 Patrono Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes)
Membro da Academia de Letras João Guimarães Rosa - Cadeira 19 Patrono Poeta Escritor Jésu Carmelita de Miranda




Um comentário:

  1. Excelente matéria, mas há oficiais que não fizeram parte do BRP. Quero dizer com isso que há oficiais de mais e praças de menos. Vale ressaltar que foram os praças que deram valor ao BRP. São eles que "colocaram as mãos na massa". Quanto cita-se nomes pode ocorrer injustiças, pois, ode entrar um vasto e não entrar quem deveria. Fora isso, repito, Excelente matéria. Parabéns.

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